
Muita gente pode achar que o
aparelho desligado no botão é garantia de que o mesmo não está
consumindo energia. No entanto, um estudo feito pela a Proteste
Associação de Consumidores mostrou que tirar o aparelho da tomada pode
reduzir o valor da conta de energia elétrica em até 20%.
Para
a coordenadora institucional da Proteste, Maria Inês Dolci, a pesquisa
revelou que o fato de possuir vários aparelhos em casa que permanecem em
modo de espera, no final das contas, impacta diretamente no consumo de
quilowatts-hora (kWh) e no bolso do consumidor.
“É preciso que as
pessoas tenham consciência e comecem a aplicar esses procedimentos que
irão fazer a diferença na conta de luz e na economia doméstica”, afirma a
coordenadora.
Modo off: Tendo
em vista tanto a tendência do aumento do consumo de energia por conta
do Verão que se aproxima, quando o novo modo de tarifação mensal na
conta de luz que passa a valer a partir de janeiro do ano que vem, o uso
do modo espera precisa ser melhor estudado pelas famílias.
Aparentemente, ele é apenas uma luzinha vermelha, mas na realidade
representa enorme perda de energia.
Para a gerente de Eficiência
Energética da Coelba (a distribuidora de energia que atende o estado da
Bahia), Ana Christina Mascarenhas, o stand by não vale apenas para a
televisão, forno micro-ondas, computador, som e ar-condicionado, mas
também para os equipamentos de TV por assinatura e de aparelhos que
estão conectados à internet via wi-fi.
Ela diz que
a medida de desligar todas as luzes e todos os botões - e até mesmo
tirar o aparelho da tomada - só não vale para geladeiras para não
estragar os alimentos.“Se deixou o aparelho na
tomada, ele está consumindo energia e não é pouca coisa como se pensa.
É
uma perda realmente muito significativa”, reforça. A
estudante de Fisioterapia Laiane Mesquita costuma pagar por mês de R$
100 a R$ 120, mesmo com o desconto de 10% da Tarifa Social de Energia. “Os
dois ventiladores, dois televisores com TV por assinatura, geladeira,
micro-ondas e mais o notebook estão sempre ligados”, conta ela.
A
estudante confessa que quase nunca tira os aparelhos da tomada. “Minha
rotina é muito corrida. Enquanto eu dou banho na bebê, estou batendo a
vitamina dela no liquidificador e esquentando a comida dos meninos no
micro-ondas. Ao mesmo tempo, meu outro filho liga a televisão e o mais
velho brinca no notebook. Acabo não desconectando da tomada para não ter
que sair ligando tudo de novo as coisas que uso com frequência”.
Questão
de hábito Segundo informações da Coelba, o valor aproximado do kWh para
a classe residencial é de R$ 0,51 (para endereços em que o consumo seja
até 149 kWh) e de R$ 0,53 (a partir de 150 kWh). O estudante Luan Porto
paga caro pelo uso do stand by. “Minha conta chega a R$ 140.
Não ligo
mais o chuveiro elétrico e as luzes estão sempre apagadas quando não tem
ninguém em casa”, diz. O ventilador ligado o dia todo pesou no registro
final do contador de energia. “O calor está muito grande. Nessa época
do ano, posso até desligar quase tudo, menos ele”.
A
gerente de Eficiência Energética Ana Christina Mascarenhas reforça que
melhorar o consumo de energia é uma questão de hábito. Mesmo com todo o
monitoramento, o consumo de energia na sua casa dobra quando o tempo
está mais quente. “A culpa é principalmente do
ar-condicionado e de como meu filho costuma utilizá-lo.
Ele viajou e
ficou um mês fora e o consumo reduziu em 100 kWh, algo que diminuiu em
R$ 50 a minha conta”. Conversar em casa foi a
solução. “Então, aí a gente tem mesmo que bater aquele papo e chegar em
um ponto em que ele perceba que não há necessidade de manter o aparelho
ligado quando não está sendo usado.
A família toda precisa contribuir”. A
gerente atenta o consumidor para mais algumas dicas: “Prefira
equipamentos que possuem uma potência menor, reconhecidos pelo Procel e
Inmetro. Não há também necessidade de chuveiro elétrico ligado com todo
esse calor. Lâmpada de Led é outro recurso que pode ajudar a reduzir o
valor da conta”. (Correio)