
No Brasil, a principal causa da cegueira irreversível é o glaucoma,
uma doença assintomática que pode levar anos até ser diagnosticada. De
acordo com os especialistas, os principais fatores de risco são as
pessoas com histórico familiar – que apresentam 6% de chance de
desenvolver a doença. Já as pessoas negras e diabéticas são mais
propensas a ter glaucoma de ângulo aberto e perdem a visão lentamente,
pois os sintomas não se manifestam e elas não sentem dor.
A pressão
aumentada dos olhos é um forte indício para o desenvolvimento, além do
glaucoma, de outras doenças oftalmológicas. Após os 40 anos de idade, a
visita ao oftalmologista deve ser realizada de seis em seis meses.
Entretanto, se o paciente sentir qualquer alteração ou dor nos olhos,
deve procurar tratamento profissional imediatamente.
Com a longevidade,
os casos de problemas oculares também crescem e, segundo a OMS, de 1% a
2% da população mundial apresenta algum tipo de glaucoma. No Brasil, a
falta de dados estatísticos e epidemiológicos confiáveis dificulta a
avaliação real da extensão dos problemas visuais da nossa população.
Os
dados utilizados para esta avaliação vêm da OMS e não são originados de
estudos epidemiológicos de base populacional local como é feito em
alguns países desenvolvidos. Segundo a OMS, existem 65 milhões de
glaucomatosos em todo o mundo, sendo que, a cada ano, surgem mais 2,4
milhões de casos. A prevalência de cegueira por glaucoma é de 5,2
milhões de pessoas, representando a segunda causa de cegueira no mundo e
a maior causa de cegueira irreversível.
Existem no Brasil, cerca de um
milhão de portadores de glaucoma. Nos Estados Unidos, 2,25 milhões de
pessoas maiores de 45 anos têm glaucoma. O glaucoma representa a segunda
maior causa de cegueira na sua população geral (11,1%) e a principal
causa de cegueira na população negra. No Reino Unido, estima-se que 0,2%
da população apresenta cegueira bilateral e que o glaucoma seja
responsável por 12,0% destes casos, sendo a terceira maior causa.
Outro
aspecto relevante do glaucoma é que mesmo nos países mais desenvolvidos
apenas 50 por cento dos doentes são efetivamente diagnosticados,
considerando-se que em países pobres ou em vias de desenvolvimento esta
porcentagem seja muito superior.