
Os ratos viraram uma praga que está destruindo a lavoura de arroz no
município de Brejo Grande, a 137 Km de, Aracaju. E os agricultores
estimam uma perda de até 80% da produção. “Eu tirava 600 sacos e hoje
vou tirar uns 200. Desse jeito vamos acabar parando as atividades”,
disse o produtor de arroz, Francisco Beco. O prejuízo afeta toda a
economia da região, que tem como principal atividade a produção de
arroz.
“A partir do momento que o agricultor e o rizicultor não alcançam
resultados vai quebrando todo um ciclo”, explica o empresário e dono de
máquinas Ricardo Fraga.
Além da produção de arroz, os ratos atacam a
produção de coco e causam prejuízos a segunda principal atividade de
econômica do município. “Uma produção que tirava cerca de 30 cocos hoje
tira em torno de 10”, diz o produtor Isaac Bezerra. E como o veneno para
matar ratos não é suficiente para combater a praga, o jeito foi criar
uma nova atividade: a de caça-ratos.
O trabalho é feito durante a
colheita quando os ‘caçadores’ acompanham as máquinas e a medida que
elas avançam sobre a plantação eles conseguem visualizar os ratos. Cada
rato morto vale R$0,20, e os caçadores lucram em média de R$ 70. ”Já
matei mais de 2.500 ratos”, afirma Jamisson Soares da Silva.
De acordo
com um representante da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São
Francisco e do Parnaíba (Codevasf), a praga pode ter sido provocada por
um desequilíbrio ecológico e por falta de medidas de prevenção. “É uma
praga que se manifesta quando as regiões próximas estão sujas ou por
algum desiquilíbrio ecológico”, explicou o gerente de irrigação da
Codevasf Ricardo Martins. Ainda segundo ele, apesar das plantações não
fazerem parte dos perímetros irrigados da Codevasf, a companhia se
coloca à disposição para ajudar os produtores.