A ex-secretária da administração da cidade de Taipas do Tocantins, Ieda Mudesto Rodrigues foi liberada da cadeia de Dianópolis, após decisão emitida pelo Juiz Manuel de Faria Reis Neto nesta terça-feira (21) . Ela teve a prisão temporária decretada por cinco dias em 16 de julho, após suspeita de desvio de dinheiro público e associação criminosa.
O juiz considerou que o prazo da prisão temporária já havia esgotado e negou o pedido de prorrogação, feito pelo delegado Ibanez Ayres da Silva Neto, decretando a soltura imediata da ex-secretária.
O pedido alegava a necessidade de ouvir novas testemunhas e de realizar a perícia no carro e nos computadores apreendidos, mas o juiz considerou que para isso, não seria necessário manter a ex-secretária presa.
Segundo a decisão, no pedido feito pelo delegado não havia informações sobre quais testemunhas seriam ouvidas no Inquérito Policial e de que forma a ex-secretária poderia interferir no depoimento delas.
Quanto a realização da perícia, o juiz considerou que o veículo e os computadores já foram apreendidos e que esse também não seria um motivo para que Ieda continuasse presa.
De acordo com o Tribunal de Justiça do Tocantins, a ex-secretária vai aguardar o fim do processo em liberdade.
Entenda
Segundo o delegado Ibanez Ayres da Silva Neto, Ieda foi presa durante uma operação da Polícia Civil do município de Taipas. Ela é suspeita de chefiar uma quadrilha que desviava dinheiro público da prefeitura para pagamento de funcionários fantasmas. A suspeita é de que o esquema tenha movimentado cerca de R$ 182 mil reais.
Segundo informações da Polícia Civil, na folha de pagamentos da secretaria de administração estavam a mãe, irmã, manicure, cabeleireira e amigos de Ieda.
Conforme o inquérito da polícia, a maioria dos funcionários fantasmas vive em Dianópolis, a 122 km da capital.
Nos depoimentos colhidos pela polícia civil, todos os outros acusados afirmaram que só vão falar diante do juiz. A Justiça de Dianópolis determinou a apreensão de um veículo de R$ 46.800, comprado à vista por Ieda Mudesto.
As investigações começaram há seis meses após um pedido do Ministério Público Estadual. A ex-secretária ficou à frente da pasta, do dia 23 de setembro de 2013 a 6 de dezembro de 2014. O prefeito da cidade não é suspeito de fazer parte do esquema. As investigações sobre o caso continuam.
G1 TO
