
O debate da Globo marcou 30 pontos de audiência, na média, e 38 de pico entre 22h10 às 23h57 (horário de Brasília). O primeiro bloco foi aberto com Aécio Neves na ofensiva perguntando sobre a reportagem da revista Veja, afirmando que o doleiro Alberto Yousseff, em depoimento, teria dito que Dilma e o ex-presidente Lula sabiam das irregularidades na Petrobras.
A candidata do PT disse que era mentira, acusou a revista de calúnia e difamação. Aécio aproveitou para queixar-se “da campanha do medo que o PT vem fazendo no Nordeste anunciando que quem votar em mim vai perder os benefícios”. As estratégias ficaram evidentes na primeira pergunta de Dilma, que buscou o tempo todo comparar os governos petistas com o governo Fernando Henrique. Ela usou o primeiro bloco para falar do Minha Casa, Minha Vida e do Pronatec.
O candidato tucano, nos dois casos, garantiu que ia aperfeiçoar e melhorar os programas. “Aproveito mais uma vez para denunciar o terrorismo do PT. Pessoas cadastradas no Minha Casa, Minha Vida estão recebendo telefonemas dizendo que se votarem no PSDB vão sair do cadastro”, afirmou Aécio.
O candidato tucano também voltou à ofensiva, lembrando do financiamento do BNDES à construção de um porto em Cuba.
Aécio revelou que estava encaminhando à Procuradoria da República documentos provando que o BNDES deu um financiamento de 25 anos, com garantias em pesos cubanos, condições que, em regra, são de 12 anos e garantias em moeda forte. A petista rebateu afirmando que o financiamento “criou 150 mil empregos no Brasil”.
Dilma voltou à comparação entre as gestões petistas e tucanas, comparando o papel dos bancos públicos. “O governo de vocês deixou o Banco do Brasil à mingua. Vocês quebraram a Caixa Econômica; quebraram o BNDES. Deixaram o país sem política industrial e sem política social”, atacou Dilma.
A
economia dominou o fim do primeiro bloco. Aécio criticou a política
econômica do governo. “A inflação está fora do controle: vou lhe dar a
oportunidade de falar o que pretende fazer para dizer como retomar o
controle”. Dilma voltou à comparação, lembrando que a inflação no
governo Fernando Henrique ficou sempre acima da meta. “Nós enfrentamos a
crise, mantendo emprego e garantindo salários”, retrucou a petista.
“Seu governo é o governo das estatísticas desde que elas lhe sejam
favoráveis”, alfinetou o tucano.
O primeiro bloco
terminou áspero, mas o segundo começou mais ameno com a participação dos
eleitores indecisos. Perguntas sobre alta do aluguel, de um eleitor de
São Paulo, e sobre educação, de uma contadora de Belém, tiveram
respostas sobre os programas dos candidatos e leve troca de críticas. O
tom voltou a subir, contudo, quando uma eleitora de Minas perguntou
sobre corrupção. Dilma enumerou suas propostas para punir a corrupção e o
enriquecimento ilícito. “
A única medida que não depende de projeto no
Congresso para acabar com a corrupção é tirar o PT do governo”, afirmou
Aécio. Arrancou aplausos da plateia, seguidos de vaias dos apoiadores da
petista. Dilma retrucou, sempre com as comparações. “No governo deles, a
prática era engavetar as investigações”.
No
terceiro bloco, novamente com perguntas entre os candidatos, eles
trocaram críticas.
Aécio abriu afirmando que o governo estava atrasado
em três meses no repasse ao fundo de assistência social.
Dilma retrucou
perguntando: “Houve ou não houve falta de planejamento em São Paulo na
crise da água?”. Aécio criticou o governo federal, afirmando que faltou
parceria e que Agência Nacional de Águas foi aparelhada. “A substituição
de quadros técnicos por apadrinhados é a face mais perversa do governo
do PT”, disse Aécio.
Os candidatos voltaram a
duelar no fim do bloco com Dilma puxando mais uma comparação - desta vez
sob re política agrícola - entre os governos do PT e do PSDB. Aécio
defendeu seu programa e alfinetou: “Quem olha só para o passado é porque
quer fugir do presente e tem projeto para o futuro”.
A petista devolveu
afirmando que “é preciso olhar o passado para ver quem tem credencial
para fazer no futuro”. O bloco foi encerrado com Aécio questionando
Dilma sobre o mensalão: “José Dirceu merecia estar preso ou é herói
nacional?”, perguntou. Dilma fugiu da questão e lembrou o mensalão
mineiro.
No último bloco, novamente com perguntas
de indecisos, os candidatos voltaram a baixar o tom com respostas sobre
saneamento de eleitora do Rio e segurança de um jovem carioca e também
da baiana Vera Lúcia. Dilma defendeu os programas de seu governo e as
parcerias com os estados. Aécio mostrou suas propostas e alfinetou a
situação. “Eu não vou terceirizar as soluções. No nosso governo, vamos
assumir a responsabilidade sobre a segurança pública”. (Estadão)