
O objetivo da quinta geração de redes móveis é entrar efetivamente na era da Internet das Coisas. O 5G quer possibilitar que as cidades se tornem inteligentes com o auxílio de informação de novos dispositivos conectados, tais como lâmpadas, carros e geladeiras.
Prevista para ser ofertada comercialmente após 2020, de acordo com o G1, a internet 5G no Brasil continua em fase de pesquisa e definição de padrões como a frequência a ser utilizada.Segundo Marcelo Zuffo, professor do Departamento de Engenharia de Sistemas Eletrônicos da Escola Politécnica da USP, a principal diferença do 5G é a possibilidade de gerenciar melhor o espectro.
"Hoje, já no 4G você tem uma eficiência espectral absurda. Mas o 5G quer puxar isso pra cima", diz Zuffo.Nos testes, o 5G chegou a registrar 20 Gb/s, mas deverá trabalhar com velocidades em torno de 100 Mb/s quando chegar ao usuário final. A velocidade é semelhante a uma conexão de fibra ótica. "A demanda por banda não vai ser somente por comunicação entre humanos, mas também entre máquinas", afirma o professor.
Mesmo que as velocidades alcançadas despertem interesse, o foco não é oferecer somente uma conexão mais rápida. "O grande desafio está em desenvolver redes de baixo consumo", explica Eduardo Neger, presidente do conselho e diretor de Relações Institucionais da Abranet (Associação Brasileira de Internet).
Com a ampliação da Internet das Coisas, haverá mais dispositivos conectados, "mas não necessariamente aqueles que consomem muita parte da banda".
Para Neger, estes aparelhos não suportam uma conexão por conta do alto consumo que a rede 5G teria e dos padrões atuais de baterias. "São dispositivos que se forem conectados aos protocolos que temos hoje, tem problemas relacionados ao consumo de energia", esclarece.Segundo Edvaldo Santos, diretor de inovação da Ericsson na América Latina, a internet 5G tem características que as gerações anteriores não conseguem entregar.
"Em termos de velocidade, o usuário médio terá um aumento de 10 a 100 vezes em relação ao 4G". Em parceria com instituições como USP (Universidade de São Paulo), Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e UFC (Universidade Federal do Ceará), a tecnológica realiza pesquisas sobre o 5G no Brasil. A empresa deve ofertar o 5G para universidades e indústrias realizarem testes no segundo semestre de 2016.