
Em 1989, chegava ao mercado o primeiro automóvel brasileiro com
injeção eletrônica: o Gol GTi 2.0, anunciado na época como uma
revolução. Hoje, praticamente todos os carros nacionais saem de fábrica
com injeção eletrônica.
O que antes era privilégio dos veículos de luxo
e alta performance agora está ao alcance de todos; mas para manter seu
motor à injeção funcionando com máxima eficiência, é preciso seguir
algumas recomendações importantes.
A manutenção preventiva deve ser a
regra, visto que as peças do sistema eletrônico são bem mais caras que
as do sistema carburado. “É importante manter as peças periféricas do
sistema sempre em boas condições.
Velas e cabos são baratos, mas se
estiverem funcionando mal, podem danificar peças muito mais caras, como
os sensores ou a central eletrônica da injeção”, resume Adriano
Figueiredo, gerente da oficina Airbrush, situada em Benfica, Rio de
Janeiro.
Injeção eletrônica com problemas é sinônimo de
motor engasgando e rendendo pouco. “A marcha lenta fica irregular, o
carro parece perder potência e passa a andar mal em baixas velocidades
ou em ponto morto. Podem ser sintomas típicos de injeção pouco
eficiente”, diz Figueiredo.
É fundamental que o
motorista siga com atenção as especificações do manual do proprietário.
Estão descritas lá, por exemplo, a periodicidade em que os bicos
injetores, velas e válvulas devem ser limpos, bem como a durabilidade
dos filtros de combustível. “A limpeza dos bicos injetores é a medida
mais fundamental na manutenção preventiva. Pelo menos a cada 30 mil
quilômetros eles devem limpos, o que evita que sujeiras e resíduos do
combustível prejudiquem o funcionamento do sistema”, explica o gerente.
Na hora da manutenção, escolha oficinas especializadas
em serviços de injeção – os vários componentes eletrônicos do sistema
demandam conhecimentos específicos. “Procure saber se a assistência tem
aparelhagem necessária e pessoal especializado para as regulagens”,
ressalta.
- Evite fazer o carro “pegar no tranco”
O
gerente dá algumas dicas que devem ser seguidas cotidianamente. Ao
volante, evite “bombear” o acelerador ao ligar ou desligar o motor, e
nunca tente fazer o carro “pegar no tranco”. Fazer isso joga excesso de
combustível na câmara de combustão, o que prejudica a eficiência da
injeção.
Fique de olho no painel; carros com injeção eletrônica dispõem
de uma luz-espia que se acende em caso de pane no sistema. Se acender,
leve o automóvel imediatamente para uma oficina. Evite também andar na
reserva. A sujeira depositada no fundo do tanque entra no sistema de
alimentação e entope filtros e bicos injetores, além de superaquecer a
bomba.
O oposto também deve ser evitado: encher o tanque “até a boca”
pode danificar a bomba e as válvulas de injeção. “E nunca é demais
recomendar o cuidado com a qualidade do combustível que se põe no
tanque. Abasteça apenas em postos de confiança”, afirma Figueiredo.
Injeção eletrônica economiza combustível
A
injeção eletrônica é o sistema de alimentação de combustível que
aposentou os carburadores – melhorando o desempenho dos motores,
diminuindo seu consumo e reduzindo a emissão de gases poluentes. Ela
permite um controle mais completo da mistura de ar e combustível que
entra no motor. Trabalhando sempre com a mistura adequada, o motor
ganha em desempenho e gasta menos gasolina ou álcool.
O sistema faz a
leitura de diversos sensores espalhados em pontos estratégicos do
motor, examina as informações e com base em outros dados gravados em
sua memória envia comandos para diversos atuadores. Esse procedimento é
efetuado varias vezes por minuto. A injeção eletrônica também dispensa
o uso do afogador, hoje uma “peça de museu”.
O
“cérebro” de um sistema de injeção eletrônica é a central, na qual
ficam gravadas as informações do veículo e os seus parâmetros de
fábrica. É a central que realiza os cálculos programados para gerenciar
o motor. As informações chegam à central pelos sensores (que medem
temperatura, aceleração, rotações do motor e outras variáveis) e são
transmitidas para os atuadores (injetores, bomba de combustível,
bobinas, ventiladores e outros).