Mais de 100 casos de agressão a idosos foram registrados pelo Conselho Municipal do Direito do Idoso em Araguaína, norte do Tocantins, no ano passado. Muitas vítimas buscam abrigo em casas de acolhimento, mas acabam sendo esquecidas por parentes.
Um idoso, que preferiu não se identificar, já viveu uma situação como esta. Há seis anos, ele sofreu depressão depois que foi abandonado pelos filhos. "Eu fiquei dois anos ou mais sem saber quem eu era, onde eu estava. Nunca queira essa palavra 'depressão' em sua vida. Acaba com a pessoa", relatou.
Segundo a presidente do conselho, Maria José Ferreira, na maioria das vezes, os responsáveis pelas agressões são as pessoas mais próximas. "Os cuidadores, os netos, os filhos. Eles tomam o cartão, fazem empréstimo em nome deles e tomam o dinheiro. Às vezes deixam até o idoso passando fome".
O Disk 100 é uma das ferramentas disponíveis que recebem denúncias contra maus-tratos. Em 2014, foram registradas 91 no Tocantins. Segundo a técnica da Secretaria Estadual da Saúde, Wanira Brito, são mais comuns casos de violência física, psicológica e de negligência.
A profissional afirma ainda que tem crescido casos de autoviolência. "A tentativa de suicídio é um exemplo. Acontece com frequência dentro do seu lar. Ele busca provocar essa violência contra si mesmo diante das situações da qual ele vive. Muitas vezes o idoso sente solidão dentro do lar e uma sobrecarga que faz com que ele busque isso", comenta.
G1 TO
