
Um atentado suicida em um jogo de vôlei no leste do Afeganistão matou
no mínimo 45 pessoas neste domingo (23/11). O autor do ataque detonou a
si próprio no meio da torcida, segundo o vice-governador da província
de Paktika, Attaullah Fasli. Cerca de 80 pessoas ficaram feridas.
De
acordo com o vice-governador, vários funcionários da administração
provincial e o chefe de polícia estavam assistindo ao evento. O ataque
ocorreu no distrito de Yahyakhail, numa área conturbada próxima ao
Paquistão.
O presidente afegão, Ashraf Ghani, condenou o ato, para o
qual, em um primeiro momento, ninguém assumiu a responsabilidade. Perto
da fronteira com o Paquistão, a província de Paktika fica em uma das
regiões mais instáveis do Afeganistão, onde os militantes do talibã e de
outros grupos insurgentes afiliados ao Talibã, como a rede Haqqani,
estão intensificando a guerra contra o governo em Cabul.
O
ataque deste domingo tem características das operações dos Haqqani,
grupo que envia regularmente jovens para realizar atentados suicidas
contra alvos importantes. Ataques que matam mulheres e crianças causam
indignação especial, e o talibã é conhecido por evitar reivindicar a
responsabilidade ou ser culpado por mortes entre forças de segurança.
No
início deste ano, um ataque suicida detonou um carro cheio de
explosivos perto de um movimentado mercado e uma mesquita no bairro de
Urgun, em Paktika. O número de mortos foi originalmente estimado em
cerca de 90, mas foi posteriormente revisado para menos de 43. Este
atentado era, até domingo, considerado o pior deste ano no Afeganistão.
Ataques aumentaram com novo presidente - Os
ataques em todo o país têm aumentado este ano após uma eleição
controversa e a posse do presidente Ashraf Ghani, em setembro. Os
insurgentes usam suas ações para deixar claro sua oposição ao governo de
Ghani, assim como ao apoio do presidente a um acordo de segurança com
os EUA, que ele assinou imediatamente após assumir o cargo.
A
câmara baixa do Parlamento afegão aprovara neste domingo, poucas horas
antes do atentado, dois acordos que permitem o estacionamento de
soldados da Otan e dos Estados Unidos no país nos próximos anos. A atual
missão de combate das tropas internacionais termina este ano.
A
missão sucessora da Otan, chamada "Resolute Support (apoio resoluto),
prevê a implantação de 12.500 soldados no próximo ano, para continuar a
apoiar e treinar as forças de segurança locais na luta contra o talibã.
O
governo da Alemanha deu na quarta-feira sua permissão para a nova
missão de suas Forças Armadas no Afeganistão. Ela prevê o envio de até
850 soldados alemães. Agora, ainda falta o aval do Bundestag (câmara
baixa do Parlamento alemão). A votação está prevista para dezembro.
(MSN)